Travessia do canal da Mancha...

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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

“Sem jeito de perfeição”

Primeiro infindo de comunhão
Sem inteligência ou sentido de humor
Engraça de convicto ou paixão
Recordado do nunca que fez amor
Segunda bela, demasiado belicosa
Supra, parecendo que movia
Levada que, inteligente, vaidosa
Incrível, de alegre demasia
Rasura do monte esquecido
Ao intento que saberia
Atributo derramado e vencido
Cavalgado, cruamente desistia

Louco destino de sangue forte
No abismo profundo da maldição
Untou a boca com o caminho da morte
Acabando ao comprido, sem jeito de perfeição.

“Animosa”

“Animosa”

Não encontro meu caminho
Quando tudo poderia ser diferente;
Como quem caminha sozinho
No meio de tanta gente…
Das coisas belas, alguma te guarde

Entre felicidades, os olhos comeram
Sorrisos em festa, que embriaguem a meia tarde,
Secando as lágrimas daqueles que entristeceram.

“Maldosa”

“Maldosa”

Trato de ideias peganhosas
Na semelhança simples, ao nível do olhar
Bebem portes, como gentes civilizadas e honrosas
Para aclarar obstáculos, onde o povo, possa tropeçar

Choca penumbra, talvez cruel
Por sentimentos beijados outrora
Rosto pobre em dificuldade fiel
Nobre vontade,
Peçonhenta,
Maldosa.

domingo, 26 de dezembro de 2010

“Funesto”



Colhe passo de enseada,
De prata, bruma tombaria
No tardar da noite alada,
Madrugada fugidia…

Trecho estreito, romba ria
Chapada de luto, mareja
Cavo couro, loura vazia;
Campo de letra sobeja…


Que longa se cobre fugidia:
Lona de coima funestada…
Em termo, acorda dia;
Lenta, fica deitada.

Coma luz de enseada,
Ao crepúsculo choramingado;
Turba rumada, asseada:
Braço de noiva, enganado.
***

“Calmaria”



Aonde vais tranco de suavizes
Que teu braço encalo, quarentena
Rompes a contenda da altivez
Bronco de bruna serena…
Rombo de vaga temerária
Arriba de toque sensato
 Logo rosto morno, lençaria
Luto de fado fascinado…
Tussa tonta, moraria
Aroma de bruma situada
Rouco temporal de calmaria…
Pouco:
Não me diz nada.
***

“Anel Perfurado”

Suave espelho vaidoso
Círculo de montra cansado
Sonda o enfarte,
Ou silêncio carnoso;
Ripa de mim a fervilha
Fulgor de anel perfurado…
Condimenta cor aldrabada,
De enorme fôlego tratado;
Compra de grande, falhado
Dado ao fogo do nada
Veio de coiro suado
Peva de anel perfurado…
- (Forma o meio e o fim
Mas deixa o princípio para mim).
***