Travessia do canal da Mancha...

Travessia do canal da Mancha...

“As Gémeas endiabradas”






 Vou contar-vos uma história que ultrapassou minha ladainha, duas manas no balanço, uma e outra, ambas louquinhas. Eram gémeas com certeza, que o jeito tudo adivinha; uma corria de lá, a outra já de lá vinha. Loucura esta meu irmão, que não me deixa descansar uma vem de corrimão, outra chega a saltar. O jeito nem tinha pernas quando as manas se juntavam uma agarrada ao pescoço a outra pelo pescoço escorregava a coisa era demais que não podia sair há rua. Então, fui arrumar um caminho, para as poder entreter: Que chegasse cansadinho e nem as quisesse ver - não, não!! - Gritava a novinha, ela queria mexer; uma e outra mexidinha, rua abaixo rua acima, não paravam de me comer. Eu andava consumido e nada havia a fazer; pensei arranjar mulher, só para ver o que elas iam fazer… “ A mulher veio de inquina para os gemes entreter ia abaixo ia acima sempre louca correria sem nunca parar de gemer”. As gémeas enfurecidas nem me deixavam despir nem abria a verdinha, uma por baixo outra por cima queiram lá vocês saber; que comprei um teclado para tocarem sem saber, mas as gémeas eram das bravas que só sabiam mexer enfermadas como cio em tudo viam caminho para o canudo se desenvolver. Acordava endiabrado com vontade de me vir, ainda com os olhos fechados as manas empoleiradas com a mansão toda a gemer. Não sabia mais que fazer; nem a mulher suportava, as meninas ao desafio: Puseram a mulher fora de casa, eu continuei em aventura com culturas para desbravar, arranjei um pau de tinta para as poder enganar. Aqui foi o tira teimas que as manas sabiam brincar, tanto brincavam na cozinha como no quarto ou noutro qualquer lugar. Eu passava todo torcido, noitadas sem olho pregar; sonhava com pelos crescidos, que as manas pudessem encovar.


Andando eu esganado, suspirando por qualquer lugar; as gémeas sempre a guardar; eu, nada podia fazer que, as gémeas, por assim dizer, só queriam esfarrapar: Atiravam-se ao horizontal até o vertical sofrer e quando chorava ao desdém, não podia ouvir ninguém, pois logo se apressava direita, que sempre chegava satisfeita, para aforrar o Zé-ninguém.

– Aforras até me cansar!

– Exclamavam todas ciosas, que sorridentes também não passavam das reles godas. Eu sempre saía contente, mas um pouco enjoado, passava por toda a gente com as gémeas do meu lado. Fazia ouvidos surdos quando as manas me assediavam, mesmo em público contente, Zé levanta o malho para o lado. Não se mostrava diferente mas, louco por coisa quente, logo as manas cantavam fado. Fado triste certamente, subindo e descendo no casco, encaixando rijamente, nas curvas de toda a gente. Algumas falavam estrangeiro; com redondos para estiraçar; mas, o Zé: Que fome tinha, por algo que fosse sopinha; comia até ao quadrado. No triângulo das peludas, de coiro macio e branqueado, encastoou peladinho, com cheiros de animal cansado. Não que corresse desejo, que pouco fosse: Corridinho; apenas merecia um beijo, apenas um beiço de buraquinho. Um ou outro enjoado, virava com freio esticado; que também tinha as manas, bem há vista; as manobrava; mas, pareciam do peito, que das manas não gostava: Preferia o ensopado bem a preceito irado e de preferência acordado. Cá eu bem me entrevia, sofrendo de noite e de dia com as gémeas endiabradas. Assim, o tempo me comia, lambido pelo vento que não via, mas soprava por todo o lado. 

(Continua)     

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